sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Mulheres são de Mênus?

E nesta véspera de natal, decidi que o melhor dos assuntos a ser abordado neste – que provavelmente será o último post do ano – seria um fator fundamental para o desenvolvimento de todos os outros temas que eu abordo aqui.

Entre homens e mulheres existem diversas diferenças.



Quando se trata de amor, de desamor, de ódio, de afeto ou de qualquer sentimento – exceto a indiferença – , o que realmente importa são as impressões. Esqueça toda aquela babaquice idiota que a pessoa te diz e se concentre no que parece ser. É assim que funciona a cabeça dos seres humanos superiores, de sentidos desenvolvidos e sensibilidade aguçada: nós mulheres.

Se você gosta pra caralho de uma pessoa e não demonstra isso pra ela, foda-se se você quer mesmo ficar com ela, a impressão que dá é que você é um banana que nem ao menos tenta por medo de levar um “não” bem grandão na cara ou que é um canalha que só está se aproveitando dela.

Se você liga toda hora pra pessoa que gosta e não dá a liberdade que ela acha que deveria ter, foda-se se você não é ciumento e sim carente, a impressão que dá é que você quer controlar a vida do outro o tempo inteiro.

Se você não suporta a ausência que alguém faz na sua vida e pensa nesse alguém mais de 5 vezes ao dia, foda-se se você tem outras companhias, a impressão que dá é ninguém é tão bom quanto ele é ou que ninguém é tão bom a ponto de suprir a falta que ele te faz.

Se eu falo coisas aqui e algumas pessoas possam se sentir “lesadas”, foda-se se eu quero mostrar o lado cômico das coisas que acontecem ao meu redor, a impressão que dá é que eu quero atingi-las de alguma forma.

Pra gente não importa muito o que é e sim o que parece ser. Mesmo assim, essa não é a maior das diferenças entre gêneros.

E também não é aquela velha piada de que a mulher está sempre pronta para o que der e vier e o homem está sempre pronto para quem vier e der. Para mim, a diferença maior não é essa.

Um ex-namorado meu – ainda quando estávamos juntos – me perguntou uma vez durante uma discussão: “Por que vocês mulheres se acham sempre únicas e especiais?”. Eu respondi: “Eu não posso falar por todas, mas eu sim sou única e especial”. Ele concordou na hora e paramos de discutir, mas ele com certeza achava outra coisa porque se não ainda estaríamos juntos.

Por isso, digo que a diferença fundamental entre homens e mulheres é que nenhuma mulher acredita ter nascido para ser só mais uma na vida de um homem. Cada uma de nós acredita no íntimo ser melhor que todas as outras, ou vivemos para achar que somos. Nunca ouviram aquele papo de que uma mulher se arruma para outra mulher?

Enquanto os homens... Bem, os homens não se importam em virar estatística.

Um feliz natal para todos que lêem isso aqui. Espero encontrar todos no ano que vem por aqui ou por ali ou por qualquer lugar.

Eu sei que a maior parte das vezes eu não pareço muito normal. Mas é porque eu tenho um blog sobre relacionamentos e isso torna obrigatório ter ao menos uma camisinha na bolsa. Além do mais, o papel de idiota não me cái bem e nem combina com os meus sapatos.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Piranhas.



Desde os primórdios, vários animais aterrorizam nossas vidas quando estamos envolvidos em algum relacionamento (des)amoroso. Trata-se de adjetivos de origem animal que não sabemos de onde vêm.

Pois bem, tendo em vista a necessidade de qualificar de maneira adequada e justa o comportamento de algumas mulheres, realizei uma profunda e metódica pesquisa que tinha como finalidade aprovar o uso de uma nomenclatura popular. Isso porque eu me questionei se um simples peixe merecia ser utilizado para ofender seres humanos tão infames.

“O nome piranha em Tupi-guarani deve ter sido originado da composição das palavras 'pirá', significando 'peixe', e 'sanha' ou 'ranha', significando 'dente'.

Fortemente desejadas por ‘caçadores', as piranhas apresentam todos os mitos imagináveis pelos 'aquaristas' inexperientes.

Trata-se de um peixe muito voraz, predador e com mandíbulas fortíssimas. A força da mordida da Piranha é considerada proporcional a de um BulDog. Logo, podemos compará-las às cachorras.

Embora muito feroz, a piranha não parece, à primeira vista, um peixe perigoso. A piranha nunca vive sozinha. Sempre desaparece em pouquíssimo tempo. Mas, mesmo com todo o seu apetite, é difícil pescá-la, pois a piranha corta facilmente qualquer linha que a prende.

Peixes carnívoros de água doce que habitam rios da América do Sul, as piranhas depositam os ovos em plantas enquanto é o macho que fertiliza e cuida da prole.

A maioria das Piranhas são tão rápidas que são capazes de devorar um bom pedaço de carne em segundos. Geralmente atacam quando estão estimuladas para isso.

As Piranhas são parentes próximos dos “Pacus” e são facilmente confundidos quando pequenos.

Para quem deseja mantê-las em ambiente doméstico deve pensar que a Piranha não pode ter seu espaço para natação obstruído. Você não poderá manter piranhas em espaços pequenos, pois elas normalmente ATACAM O SEU COMPANHEIRO.

Apesar de toda essa “bravura”, a piranha é suscetível a doenças quando o que lhe é ofertado não está de acordo com suas necessidades.”

Eu aposto que cada um de vocês conhece pelo menos umas 3 espécies desse tipo que fala, anda e ainda sái por aí a noite sem fiscalização do IBAMA. O que fazer? Essa pergunta é difícil e requer um minuncioso estudo de caso. No mais, comporte-se como o ser superior que você com certeza é e logo ela perceberá sua inferioridade e irá nadar em outras águas.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

“Não” é difícil de ouvir.


O post anterior resultou em alguns dos melhores comentários da história deste blog. A grande verdade é que seria muito simples se a vida fosse mesmo daquele jeito e que os homens/pessoas se dividissem entre bons e ruins e se houvesse um número limitado de regras que te levassem a enquadrar cada pessoa em uma das duas categorias e se a única coisa que você realmente tivesse que fazer era escolher com quem ficar. Não funciona assim. Mas, é engraçado pensar que sim.

Existem coisas que são difíceis de se ouvir. Desde as mais óbvias como um “não” quando se procura emprego, até as menos evidentes como ouvir de alguém cuja opinião verdadeiramente te importa que sim você se apaixonou por um idiota.

Para nós mulheres, em especial, “não” é uma das coisas que a grande maioria, ou pelo menos a parte que deve ser levada em conta, não está esperando ouvir.

Enquanto eles são adestrados para que no caso de se ouvir um “não” o seu papel de homem é insistir, desde pequena somos adestradas pela sociedade que somos nós quem temos o poder de decisão. A etiqueta nos ensina que é o homem quem pede a mulher em casamento e que cabe a ela definir se eles vão passar o resto da vida juntos ou não. Na contemporaneidade, a regra social de relacionamentos sem compromissos nos mostra que na grande maioria das vezes é o homem quem “deve chegar” na garota e que ela que define se “vai rolar”. Na verdade, no sexo também é assim. Se a mulher não quiser se torna estupro. Né?



Se você é bonita, inteligente, gostosa, sabe disso e fica afim de um cara e depois descobre que ele não quer ficar com você a coisa se complica... na sua cabeça. Isso porque é muito difícil acreditar que você não tenha algo que o atraia até porque você deve dispensar muitos caras melhores que ele toda semana. Por isso, se torna muito mais fácil xingá-lo, considerar a possibilidade dele ser brocha ou gay, ou até mesmo achar uma culpada. Sim, uma vagabunda que deu em cima dele antes de você e fez com que ele achasse que você era uma roubada. Maldita.

Existe também o “não” para término de um relacionamento. Esse é terrível e deixa traumas ainda maiores. Afinal, quando um homem não quer dizer o real motivo da separação ou se ele não te parece convincente, cabe a você imaginar. Se ele te dispensou, e como em Belém o número de mulheres solteiras é diretamente proporcional ao número de bandas ruins que vem surgindo no meio musical, com certeza ele tem outra. E se torna questão de honra para a maior parte das mulheres descobrir quem é ela, nem que seja para que jamais vocês se tornem amigas. Maldita.

O pior de todos os não’s que uma mulher pode ouvir é na cama. Afinal de contas, somos adestradas desde o nascimento para que sejamos nós quem implantemos os limites. Então... Como assim você não quer transar comigo?

Não tente entender a nossa lógica porque a grande verdade é que nós não a temos. Somos mulheres e temos coisas entrando e saindo da gente a todo instante. Em nosso lugar, vocês também seriam neurados.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Por que mulheres inteligentes se apaixonam por pilantras?

Há um tempo, acompanhei a trilogia de um blog intitulada “Por que mulheres inteligentes se apaixonam por homens idiotas?”. Havia ali explicações verdadeiramente muito boas sobre o assunto, mas não todas. Pelo menos não pra mim.

Minhas reivindicações começam ainda mesmo no título. Eles não são idiotas, são pilantras. Idiotas não são bons de cama... São?

Mulheres inteligentes se apaixonam por pilantras por que eles têm um sorriso legal, sabem conversar e sabem como te fazer se sentir a mulher mais bonita do mundo. Isto por que quando estão com você tudo o que eles mais querem no mundo inteiro naquele momento é estar com você. Aproveitam qualquer oportunidade, por menor que seja, para tentar te roubar um beijo ou uma carícia. E quando você demora duas horas inteiras passando um hidrante de graviola que custou 69.90 na Natura, se maquiou com “O boticário”, calçou um sapato de 196 e um jeans de 230, ele repara. Do jeito dele “cafetão” de ser, mas repara. Porque afinal de contas ele não tira os olhos de você por um só segundo. Você não espera por nada além do que ele possa te oferecer porque, ora bolas, ele é um pilantra e você sabe que ele só quer sexo. E você também quer porque, ora bolas, ele é lindo e elogiou os seus sapatos. Não esperar nada em relação a ele é sempre a melhor parte. Você não vai se importar se ele não ligar no outro dia ou se nunca mais o vir, ou talvez até se importe, mas não o suficiente para sofrer. E o melhor de tudo é que o sexo vai ser muito bom e que ao lado dele você será sempre a pessoa mais especial da relação, a que foi cortejada e a que foi conquistada para que aquilo se concretizasse.



Só que mulheres inteligentes também se apaixonam por homens maravilhosos. Por que eles são atenciosos e você consegue conversar com eles sobre quase tudo. Até mesmo sobre você. Ele vai te ouvir falar dos seus problemas no trabalho, vai te esperar em casa com uma caixa de chocolates, mesmo ele odiando chocolates, só porque sabe que você os ama. Ele vai evitar te beijar quando saírem para jantar só por medo de tirar seu batom, porque sabe que você demorou muito para se arrumar. Ele vai fazer questão de tirar aquela foto cafona de namorados e publicar antes de você na web. Vai usar todos aqueles apelidos carinhosos e clichês que você achava brega e vai fazer você se derreter por isso. Vai te carregar no colo, te beijar em uma orla e fazer questão que você escolha o sabor da pizza. Ele vai fazer você sentir que ele é o cara certo, mesmo que não seja.



E mediante tudo isso, é claro que o sexo também será bom. Mas estará bem longe de ser um item essencial. Eu disse “essencial” e não “dispensável”, favor não confundir.

Existem muitas diferenças entre os caras pilantras e os caras maravilhosos, mas todas são originadas de um único fator: a diferença está entre o que cada um quer com você.

Os pilantras podem não serem sempre os caras errados, bem como os maravilhosos podem não serem sempre os certos. Mas a dor e a tristeza só ficarão na frustração da segunda possibilidade. Afinal, onde estava escrito que deveríamos nos casar com os príncipes encantados? Ou pior, onde estava escrito que você merecia um desses de presente? Os vilões também se casam e no fim até mesmo o Big se tornou um bom marido para a Carrie.

Só não se encha de esperança pelos caras errados. E nem se deprima se não der certo com um cara maravilhoso.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fossas sépticas femininas.

E fiz o que qualquer mulher faria. Combinação perfeita de feriado, pijama, "Sex and the City", sorvete e angústias. A partir disso, tudo ficou bem menos inebriante.

Os casais andando de mãos dadas pareciam namorar unicamente para me provocar. As músicas melosas nas rádios eram prenúncios da solidão. E no trabalho, pela primeira vez odiei olhar para os enfeites decorativos da minha mesa.

Joplin nos fones de ouvido parece cantar minha dor “Didn’t I give you nearly everything that a woman possibily can?”.

Caso alguém ainda não tenha compreendido lá muito bem, estou descrevendo a típica “fossa” feminina.



Você deve saber do que se trata por que já deve ter passado por isso. Se não passou, você deve ser uma pessoa muito sortuda e feliz de uma maneira que eu jamais poderia conviver, por isso, não poderemos ser amigos.

É meio relativo dizer com o que e quando o período da fossa passa, mas a causa é sempre a mesma: “Você foi largada, amiga... Acorda pra vida!”. Não se torture muito tempo com isso não, pois a maioria dos caras não merece.

Eu não choro mais por homens. Tive uma única e verdadeira fossa na minha vida que me proporcionou olhos inchados por 16 dias, 8 noites mal dormidas, 1 semana me perguntando “por quê, por quê e por quê?”, 21 faltas em disciplinas da faculdade e uma conta enorme de telefone já que liguei para todos os amigos próximos narrando a minha desgraça. Aí eu te pergunto: valeu a pena? Cara nenhum vale isso, nem mesmo o melhor de todos, nem mesmo o príncipe encantado da Bela Adormecida, nem mesmo o Ashton Kutcher vale isso, baby.

O período fossolístico existe unicamente para que você lembre por tudo o que ele te fez passar e tenha um forte argumento para não voltar quando ele pedir.

Existe uma tática muito boa adotada por mulheres inteligentes, bonitas e bem-sucedidas que decidiram muito bem decidido não mais sofrer por amor. É sofrer homeopaticamente por amor.

Pelo menos uma vez por semana vista seu pior pijama, acompanhado de sua pior roupa íntima, devore uma barra de chocolate acompanhada de um pote de sorvete de creme assistindo a um filme romântico daqueles bem melosos. Faça isso sozinha e chore tudo o que fôr capaz de chorar.

Ao menos uma vez no mês, recorde de todos os pilantras que passaram pela sua vida e chore ouvindo Janis Joplin. Todo domingo a tarde – horário em que ninguém está fazendo algo que não possa ser interrompido – ligue para um amigo e conte a ele todas as suas aventuras e desventuras amorosas. Fale mal do seu ex e depois lave o cabelo, coloque sua melhor roupa e saía com as amigas.

Fazendo isso com essa frequência e/ou tendo um emprego legal e/ou tendo um plano de vida que não seja baseado no sexto sacramento da Igreja Católica, dificilmente você vai ficar na fossa se alguém te largar. E se chorar, chore de raiva. Raiva por ter sido capaz de gostar de alguém tão pior do que você. Afinal, depois de tudo só te restará uma grande certeza: ele nem era tudo aquilo... Era?

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Do primeiro beijo ao mundo inteiro.

A primeira vez que beijei alguém eu tinha 14 anos. Foi terrível. Esta data marcou o desenvolvimento de minha primeira teoria sobre relacionamentos afetivos: Beijo em alguém que não se gosta ou não se sente atração física tem gosto de cuspe. Ergh... Esse é o meu argumento principal para não freqüentar micaretas até hoje.



Odiaria que o tal menino do primeiro beijo lesse isso, mas caso ele leia - o que acho difícil de acontecer pois não nos falamos há anos - gostaria que ele soubesse que, apesar do nosso primeiro e único beijo ter sido horrível, guardo até hoje em uma caixinha em cima do guarda-roupa todos os presentes, cartas e embalagens de bombons que ele me deu.

Toda vez que lembro que há até pouco tempo eu jamais contaria essa história para alguém - e morreria de vergonha só de lembrar de como eu era idiota, feia e nerd naquela época -, acho graça de mim mesma. Até porque não acredito ter perdido por completo alguma dessas características com o passar do anos.

Ter vergonha de coisas que fez ou de como era é ter vergonha do que viveu e de parte de si mesmo. É estranho ver como tudo vai passando e como até a sua forma de sorrir e de ver o mundo e as pessoas mudam. Enquanto o seu corte de cabelo é outro, as leis e costumes sociais continuam os mesmos. Completamente estagnados.

Eu não quero ficar estagnada.

A cada dia sinto que preciso melhorar inúmeras coisas em mim. Preciso parar de roer as unhas quando elas não estão pintadas, me agarrando no solitário argumento de que já que não estão pintadas, elas podem ser roídas. Preciso melhorar a forma como olho para alguém que acabou de jogar lixo na rua, não para deixar de desmerecer a imundice alheia e sim para evitar que qualquer hora dessa eu apanhe de alguém publicamente por isso. Preciso melhorar a forma como entrevisto as pessoas elaborando perguntas menos óbvias mesmo quando não se tem mais o que perguntar. Não consigo parar de rir alto mesmo estando no gabinete da prefeitura ou em qualquer outro lugar que exija um comportameto menos "peculiar" de minha natureza. Preciso melhorar isso também.

Quando as pessoas não estão satisfeitas consigo mesmas e estão sempre almejando mudanças positivas em seus comportamentos, significa dizer que estão bem do jeito que estão.

Eu queria conhecer todas as coisas do mundo. E compreênde-las de uma tal maneira que pudesse escrever sobre todas elas.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O amor não pega ônibus e tem medo de avião.

Certa vez eu escrevi aqui que cada um escolhe no que quer acreditar e que, como em qualquer escolha, deve-se arcar com as despesas e consequências de tal feio. Isso também vale no ato de desacreditar em algo.

Ele não acredita em relacionamentos a distância. É um direito que o cabe. Mas como um dos meus maiores prazeres é justamente discordar de teorias que - para mim - não apresentam fundamentos teóricos verdadeiramente contundentes, venho por meio de mais um texto ridículo discordar do ser mencionado.

Por experiência própria, digo-lhes que é mesmo muito complicado manter um relacionamento a distância com alguém, mas não é impossível.

O raciocínio é bem simples: duvido muito que o sentimento bonito - o mais bonito de todos - precise de algum argumento para existir. E se esse sentimento fosse baseado em regras, normas ou seja lá o que fôr, seria mais do que lógico que ele também tivesse um manual de instrunções. Imagine só: "Capítulo 2, página 56 - Como conquistar o ser amado".

E se houvesse uma regra para conquistar alguém, para como se apaixonar pela pessoa certa e para como esquecer as erradas, deveria ter alguma outra que avisasse em negrito: Não se apaixone por um indivíduo de outro logradouro, relacionamentos a distância não dão certo.

Acho muito dificil que o amor tenha alguma norma para acontecer e mesmo se tivesse, duvido muito que o valor da passagem de avião ou o tempo de viagem de ônibus até o local onde o outro está fosse um fator deliminativo.

Eu sou muito chata. Consigo ser o ser mais cabeça-dura do mundo quando quero. Gosto de ouvir música no último volume. Odeio que mexam nas minhas coisas e odeio mais ainda quem odeia Machado de Assis. Por tudo isso, acredito que seja pretensão demais acreditar que em todo esse mundão de Deus, o cara certo para ficar comigo - e aturar tudo o que de ruim eu sou - more ali na Augusto Montenegro, pertinho de mim.

Talvez pretensão ainda maior seja acreditar que um dia eu posso encontrá-lo nesse mundão de Deus.



Sempre tive medo de ter um blog. Não pelo fato de ter um blog em si mas pela dificuldade de manter um público ou - pior ainda - manter uma coesão, interconexão ou coerência entre os textos e assuntos explanados nele.

A dificuldade vem do enorme desafio que é organizar as idéias existentes na minha cabeça.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Guerreiros são os que conseguem enganar seus hormônios.

Tem uma cena no "American Pie" que eu acho simplesmente brilhante. Não lembro o nome dos personagens, nem estou com saco de pesquisar no google, por isso tentarei contar assim mesmo. A menina já está namorando há 1 ano e ela e seu namoradinho de escola ainda são virgens. Os tempos de colégio estão chegando ao fim, por isso, ambos se sentem pressionados socialmente para sair do namoro "pega na minha mão". A menina então vai desabafar com a melhor amiga desencabaçada que pergunta: "O que você está esperando? Qual o problema? Vocês não se amam?". A amiga encabaçada responde: "Não sei se é o momento certo. Quero que seja perfeito". Daí a amiga desencabaçada solta a sábia frase: "Não precisa ser perfeito. É só sexo."

E enquanto você pode estar se perguntando porque diabos eu estou citando uma cena oriunda de uma besteirol americano, eu me pergunto porque diabos você está lendo este texto ainda.Quer saber até onde a maluca aqui vai chegar?

Acabei de ler uma matéria que dizia que aquele tal de Justin Bieber (astro teen... ergh!) anunciou que quer se casar virgem. E logo em seguida o amigo @JonesSantos me reply: "eu nunca acreditei na virgindade". Justo.





Imagina só que legal: Você é virgem, se apaixona por uma pessoa incrível e começam a namorar. Ela te ama tanto quanto e os hormônios e sms’s melosos aumentam proporcionalmente. Mas não, vocês não podem transar antes de colocar um anel no dedo, ela se vestir de branco e assinarem uma folha de papel na frente de um grupo de pessoas sendo que metade delas se emocionará com essa cena. Tipo: não eu não posso provar do prazer absoluto sem que antes realize uma cerimônia cafona. Só eu acho isso ridículo?

Guerreiros são os que conseguem enganar seus hormônios.

Não por eu ser mulher, mas por viver(mos) cercada de gente careta - e porque eu já começo a sentir o cheio do feijão da Patrícia vindo da cozinha - não gostaria de me prolongar muito neste assunto. Só queria finalizar parafraseando o Garcia Marquez dizendo que "O que você vive ninguém rouba. Por isso, não vá morrer sem experimentar a maravilha de trepar com amor”.

terça-feira, 8 de junho de 2010

No pólo magnético terrestre.

Ele: Como assim? Quem mentiu pra ti? Sacanagem, hein?

Ela: A gente se acostuma, é o jeito... hehe

Ele: Tem que dar o troco! Prega uma pegadinha do malandro no safado!

Ela: Por que você acha que foi um garoto? SafadO?

Ele: Na falta de um termo assexuado, usei o masculino mesmo, que é genérico... Seria isso um machismo implícito?

Ela: De repente você deve saber que os homens são mentirosos... hehe

Ele: hahaha... Como isso? Seria um tiro no meu pé e também uma hipocrisia já que eu sou sempre muito sincero e honesto, e sou homem, logo...

Ela: Sempre muito sincero e honesto? Ah, baby... Tenhas consciência então que és uma espécie em extinção na sociedade pós-moderna...rsrs

Ele: Nãããão... Como eu existem muitos outros aí... Você que não procurou direito!

Ela: Eu não procuro, me acham! Esse que é o problema...

Ele: Pois é, o problema é justamente esse: os que procuram são, em geral, os pilantras; os que esperam serem achados são os legais... Mas aí como em imãs de pólos semelhantes, quem deve se encontrar dificilmente se encontra...

Ela: Concordo plenamente.

Ele: No entanto, a física garante que há situações em que os pólos semelhantes do imã se encontram, sabe onde?

Ela: Onde?

Ele: Perto do pólo magnético terrestre... A saída pra ti então é chegar lá! ;)

Ela: Ou ficar só, né? Essa alternativa me parece menos trabalhosa...

Ele: E tu tem medo de trabalho, sô? Aliás, eu chamaria de aventura, não de trabalho. Até porque, pense na maravilha que é chegar perto do pólo e ver uma aurora (austral ou boreal)... Deve compensar, hein? [...] Antes eu tinha a impressão de que algumas coisas seriam pra sempre. Ainda bem que não é, sabe... A gente tem que sempre aprender a recomeçar as coisas, botar ponto final em outras. O grande problema é ficar colocando reticências depois do nome das pessoas.

Ela: E mesmo se fosse pra sempre, é possível se conviver com lembranças eternas.



É o silêncio de um
mandando más notícias
para o desespero do outro...
O único silêncio que
perturba
é aquele que fala.
E fala alto.

Martha Medeiros

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Uns 20 dias.

Tampe os ouvidos com grandes maços de algodão. Durma. Tranque-se no seu quarto ao som de seu aparelho de mp3. Leia um livro trancado em algum lugar. Sim, qualquer coisa só poderá ser feita se você estiver sozinho, trancado em algum lugar. Dificilmente encontrará a companhia de alguém nesse isolamento e o barulho dos vizinhos será ensurdecedor. Se nada disso funcionar, dope-se. Ou mude-se para uma bolha.

Agora que eu vi que gastei um parágrafo inteiro descrevendo o que um ser humano que não gosta da Copa do Mundo faz em dias de jogo do Brasil. Isso não estava previsto para ser escrito quando estruturei o texto em minha mente ontem a noite enquanto estava no carro, indo trabalhar, e vi um cara vendendo chopp na rua com uma camisa da seleção. Não estava "programado", mas eu gosto de como as idéias estão se organizando agora.

Eu fico imaginando o quanto triste deve ser para um ser humano que não goste de copa do mundo "aturar" todo esse fuzuê que fica o mundo todo nessa época. Se você entrar na internet, pode crer que os sites de notícias não falarão de outra coisa, no youtube os vídeos mais vistos serão lances dos jogos, todo mundo no twitter e no msn estarão postando frases do tipo: "Vai Robinho! Segura Julio! Porra Seu juiz! Gooooooooollll", o orkut irá disponibilizar aquelas opções de personalizar a tela de fundo com as cores verde e amarela e claro que quase todos os seus amigos irão escolher essa opção (tal como foi na últimas olimpíadas). Não vai ter como fugir.

Mas do que isso, o quão chato deve ser procurar fazer qualquer outra coisa enquanto a sua família e amigos estão ocupados demais ligados na seleção canarinho.

Não sei como é na casa de vocês, mas na minha a copa do mundo é tão importante quanto Círio e Natal. A casa tem que estar todo enfeitada. Balões, bandeirinhas, confete, serpentina. Mamãe faz um lanche especial pra hora do jogo. Nada de pipoca. Ah, e temos que seguir duas regras: todos tem que assinar o meu bolão e ninguém pode fazer um bolão para concorrer com o meu. Claro que eu que criei essas regras, com a represália de punir os infratores com constantes sessões de cócegas. Ah, tem mais uma regra. Fundamental por sinal. Ninguém pode assistir os jogos em outro lugar. Todos da família tem que assistir todos os jogos do Brasil juntos, sempre. Não sei quem criou essa norma, mas todos nós seguimos há tanto tempo que eu confesso já ser natural para mim. Isso porque romper tradição pode trazer má sorte.

Nunca me importei com sandálias viradas, bem-te-vi cantando na janela de uma casa não me faz acreditar que lá tem uma grávida e acredito que colocar algodão molhado na testa da criança quando ela está com soluços é uma grande bobagem. Mas, em copa do mundo, eu viro superticiosa. Mesma roupa em todos os jogos. Incluindo a mesma roupa íntima, devidamente lavada, é claro. Tenho que sentar no mesmo lugar e segurar a mesma corneta ou bandeira. Se o gol demora pra sair, eu passo mal. Minha pressão cái. Já fui ao pronto-socorro nessa brincadeira.

Foi na final da copa das confederações de 2005, contra a Argentina. Adriano levou pros penaltis com um golaço nos acréscimos do segundo tempo. Lindo. Nunca gritei tanto em toda a minha vida. Mamãe correu e me entupiu de água com açúcar. Mas não resolveu muito. Eu estava branca feita a neve.

A copa de 2002 teve um sabor especial para mim. Acompanhei todos os jogos porque estudava a tarde. Torci pelo Brasil, vibrei com cada expressão do Filipão. E quando o jogo da final acabou, vi minha família inteira pulando e se abraçando em sicronia. Parecia ensaiado.

Sem me prolongar com depoimentos pessoais, só escrevi esse texto para dizer que durante a copa do mundo a cidade fica mais bonita e as pessoas mais felizes. Seja porque não precisam trabalhar na hora do jogo ou seja pela cerveja e farra. A cada 4 anos, vejo uma felicidade que eu não encontro em outras épocas.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O meu ciúme e o despeito de Brás.

Por apenas um momento – delimitado entre a primeira e última palavra redigida neste texto – esqueçamos a teoria elaborada em um dos mais clássicos episódios do “Chaves” e nos concentremos no doce sabor que mata e envenena a alma.

Pelo menos quando se trata de relacionamentos, a vingança pode significar o mesmo que saborear um belo PF após um jejum de semanas.

Tenho consciência de que não é muito bonito dizer isso, mas sou absolutamente a favor de que qualquer ser humano maior de idade deva fazer o que quiser fazer desde que o fim seja seu próprio bem-estar. Qualquer atitude lícita, é claro. Se isso incluir se vingar de alguém, paciência.

O ciúme é sempre um bom jogo. Cercado de apostas e blefes, o ato de provocar ciúme pode até ser comparado com uma boa partida de poker.

Vou contar uma historinha engraçada que chega até ser vergonhosa para mim. Mas enfim...

Aos 16 anos, tive meu primeiro namorado. Ficamos juntos por apenas dois meses em um daqueles namoricos sem graças de escola que - no meu caso, para tornar minha primeira experiência amorosa ainda mais sem graça - era adventista e proibia namoros, o que incluía meninas sentarem ao lado dos meninos na hora do intervalo a menos que estivessem sobre a vigilância de um dos monitores do colégio.

O dito cujo terminou comigo usando desculpas idiotas do tipo ‘não estou pronto para um relacionamento tão sério”. Percebe-se que alguns homens começam precocemente a exercer a arte da galinhagem, mas tudo bem. No fundo, eu sabia que ele estava apenas a fim de dar um tempo, ficar com umas meninas bem mais saidinhas do que eu e garantir que eu estivesse ali de stand by para quando ele quisesse voltar. Se fosse só a mentira, eu teria suportado o rompimento sem mágoas e seguiria o seu plano não declarado porque eu realmente gostava dele. Mas o que eu não consegui perdoar foi o fato dele ter subestimado minha inteligência achando que eu não entenderia o real motivo da separação repentina.

Sempre soube que a melhor coisa que se pode fazer para se vingar de um homem é atingir o seu ponto fraco. O seu ego.

Incessantemente imatura, foi durante a aula de educação física de todo o ensino médio do colégio que estudávamos, que eu me encontrei com um outro garoto que, além de vizinho do meu ex em questão, nunca tinha sido sutil em demonstrar interesse em mim para todos os nossos amigos em comum. Fiquei com outro, na frente de todo mundo, dois dias após o término de meu primeiro namoro sério. Acredito que o pior para o meu ex não foi ver a cena em si, mas ter que responder os desavisados surpreendidos que perguntavam a ele: -Ué, você e ela não estavam juntos?

Eu sabia que ao fazer toda essa encenação infantil - digna de ser integrada ao roteiro de Malhação – exterminaria automaticamente todas as chances de reconciliação ainda existentes. E mesmo gostando dele de uma maneira que poucas vezes gostei de alguém, não me importei. Entre se vingar e ficar por baixo, eu preferi a primeira opção.

Despertar ciúme pode ser a melhor maneira de se vingar de alguém.



O único problema é que quando não se tem mais 16 anos, extrapola-se a altura máxima para brincar neste carrossel.

A inteligência e a superioridade não necessitam ser expostas em situações como estas. Às vezes, vale muito mais não fazer nada. Costumo dizer que de todos os inúmeros defeitos que possuo, Deus me privou da burrice. Por isso, ser indiferente com quem é indiferente comigo é o que eu sei fazer de melhor atualmente.

Para os machadianos como eu, uma última reflexão: Brás não sentiu ciúme de Virgília quando ela se casou com Lobo Neves. Tão pouco sentiu inveja quando Lobo Neves foi indicado ao cargo público que Brás tanto almejava. No seu íntimo, ele sentiu algo ainda pior. Despeito. Isso porque tinha a mais absoluta certeza de que era muito melhor do que Lobo Neves.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Com 31, eu quero estar...

Já tentou imaginar como será seu futuro? Em uma tarde ociosa, me imaginei daqui há 10 anos. Abaixo segue as possibilidades que minha mente insana conseguiu levantar.

A) Jornalista comum e normal (pouca coisa mudou): Trabalho num jornal novo em Santo André (SP). Divido apartamento com o Rafael. Ganhamos razoavelmente, mas nenhum dinheiro do mundo paga a felicidade de termos a liberdade que sempre sonhamos. Ah, nos fins de semana a gente chama os amigos para comer pizza e ver seriados lá em casa, para tormento da nossa vizinha chata que tem 85 anos e nos odeia.

B) Nem lá, nem cá: Passei no concurso da Funtelpa, casei com o príncipe encantado que só não é mais encantado assim porque é jornalista e ganha mal. Ele ajuda o “Jornal Pessoal” que tenta se reerguer após a morte do Lúcio. Moramos em um apartamento de dois quartos. Saímos pouco. Só brigamos pelo controle da televisão quando ele quer ver futebol e eu o jornal. Não temos filhos, ainda.

C) Jornalista bem sucedida (esse sempre foi o plano): Em 20 de abril de 2020, estaria eu chegando em casa absolutamente exausta. Já saindo do elevador ouço os latidos dos meus cachorros. Ana, minha empregada, esqueceu de preencher a vasilha de água de Brás (poodle preto) e Virgília (Sheepdog ). Ligo a secretária eletrônica e ouço 3 mensagens: uma do meu padrinho dizendo que sente saudades e perguntando se voltarei para Belém em agosto para o aniversário da Alice, outra da minha mãe perguntando se eu estou lembrando de desligar o forno (as mães nunca mudam) e outra mensagem do Rafa dizendo que leu minha última matéria sobre o tráfico de órgãos e fazendo alguma piada do gênero “Podem roubar tudo menos minha senha no twitter”. Sim, nesse plano eu tenho uma vida tranqüila, realizo meu sonho de morar sozinha e sou feliz assim. Namoro o fotógrafo da minha editoria no jornal. O “New York Times”. Se for pra sonhar tem que ser alto, né?



Consigo me imaginar em qualquer uma dessas situações. Só não me vejo daqui há dez anos no mesmo lugar e fazendo as mesmas coisas.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Let's go or Go out!!!



Alguns teóricos amorosos conceituam as respostas de uma mulher para um homem da seguinte forma: o “sim” ela nunca vai dizer por mais que queira, “talvez” quer dizer que sim e um “não” quer dizer talvez. Por isso, é papel de todo homem insistir.

Nem vou questionar essa teoria. Só me pergunto como diabos uma mulher faz quando quer dizer “não” mesmo? Ela bate no cara?

Quando o menino fica insistindo por MSN fica fácil. A gente diz “não” bloqueia e pronto. Mas se por algum motivo (trabalho ou faculdade) você for obrigada a encontrar o mala corriqueiramente o jeito é ser grossa. Acho verdadeiramente triste ter que deixar a educação de lado por causa de uma teoria ridícula.

O único fora divertido de se dar é em ex.

Ah, eu tenho uma grande dúvida também. Como a gente faz quando quer que um cara perceba que a gente está afim dele? Quem sabe? Descobri que não sei dar em cima de alguém. Quero escrever algo sobre as sugestões que virão...

quinta-feira, 25 de março de 2010

Depois passa. Ou piora.

Na maior parte do tempo, um praticante do desamor aproveita todas as vantagens de se ser solteiro e se delicia com o doce sabor da solidão.

Pode-se sair quando quiser e para onde quiser. É perfeito para uma mulher não ter ninguém para reclamar dos seus atrasos para se arrumar. E nas quartas-feiras a noite e aos domingos a tarde, você não é trocada pelo futebol.

Nos fins de semana, enquanto todos os seus amigos estão ocupados com seus respectivos cônjuges, você pode ler os livros que quiser, assistir duas ou três temporadas de sua série preferida e sair para beber e dançar a noite inteira com semi-desconhecidos. Coisas que sim, você pode continuar fazendo mesmo com outro estado civil, mas que são ainda mais belas e prazerosas de serem feitas individualmente.

Existe um lado muito bonito na solidão que poucos são os seres humanos que conseguem enxergar. Ele fica ali no inconsciente da solteirice e é despertado quase que todo o tempo.

Dia dos namorados? Uma dívida a menos. Costela? Menos baba no meu travesseiro.

No entanto, quando se está sem emprego, passando as tardes em uma casa enorme, sentindo falta de amigos que moram em outros estados, sem livros novos para ler... Bem, aí a solidão perde toda a sua beleza.

Não se tem internet para passar o tempo conversando besteiras com amigos virtuais ou escrevendo devaneios em um blog qualquer.

Se tenta ver um filme. Romance? Nem pensar, só vou me lembrar do quão sozinha estou. Suspense? Horror? Comédia? Não tem graça rir ou se assustar sozinha. Já sei, ação! Mas... er... Não seria mesmo legal namorar um cara como o Denzel Washington ou o Van Diesil?

Quando você realmente acha que não pode ficar pior, começa a chover.

Duvido muito que algum solteiro, até o que levanta a bandeira do desamor com mais veemência, seja capaz de não sentir falta de ter alguém nos dias chuvosos.

A desgraça não é a violência, não é a fome e nem a doença. Não é a miséria ou o desprezo. A verdadeira desgraça de um homem se chama solidão.

Eu cresci ouvindo minha mãe dizer que eu só poderia namorar após completar 25 anos. Enquanto meu pai e meu padrinho concordavam que eu jamais poderia namorar porque homem nenhum estaria aos pés da princesinha deles.

Quando tinha 15 anos comecei a namorar escondido e minha mãe me chamou para um conversa séria: “Você pode ter o homem que quiser, não me importo. Pode ter quantos homens quiser ter, também não me importo. Você é jovem e tem mesmo é que aproveitar. Dance, beba, grite. Não ligo. Só te peço uma coisa: não namore. Homem é bom, mas é um atraso de vida”.



Ela nem está totalmente errada. Mas também está bem longe de estar certa.

Quando essa deprê toda passar, juro que volto a falar de coisas legais.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ex bom é ex morto.

Antes de qualquer coisa, quero deixar claro aos meus ex-namorados que eu não desejo a morte de nenhum deles. Continuar sendo esse ser medíocre eternamente e viver sem mim ao seu lado, já é castigo suficiente.

Juro que acho quase que completamente impossível conseguir levar uma relação de amizade com um ex. Juro. Isso se deve ao simples fato de que eles são ex’s! Ex é ex e pronto, me diz por que ter alguma coisa com eles ainda?

Antes que você me atire essa pedra grande e pesada que está nas suas mãos, termine de ler o post, por favor. E se mesmo assim quiser me acertar, aproveite uma roda punk do show do Johny e me bata à vontade. Ali você terá a oportunidade de descontar sua raiva em mim e eu nem irei reclamar.

Você conhece um cara e se apaixonam. Ficam e depois começam a namorar. Depois de um certo tempo (muito ou pouco tempo), o relacionamento acaba. Até aí tudo normal. Por gentileza, me expliquem como se pode continuar um relacionamento que deve ter acabado por uma das razões abaixo:

a) Um dos dois se apaixonou por outra pessoa: o outro se sentirá traído por mais que a traição não tenha se efetivado. Extremamente magoado, se topar assumir uma amizade pós-relacionamento, será no mínimo baseado na hipocrisia e falta de confiança. Então, pra que fingir?

b) Traição: preciso dizer que a menos que a pessoa traída tenha sangue de barata, ela não vai querer nem ao menos olhar na cara do ser humano, imagina só ser amigo? Preciso?



c) Desgaste: Se o relacionamento caiu na rotina, acredito mesmo que pode terminar numa boa. Mas eu acho que manter uma amizade depois disso é só garantir um “stand by”.

d) Um dos dois deixou de amar o outro: Nem precisa ter se apaixonado por outra pessoa. É só ter deixado de amar mesmo. Mas é quase impossível o outro ter deixado de amar também. Então de qualquer forma, um dos lados sempre vai se sentir traído.

e) “Não é você, sou eu”: Eu me recuso a manter qualquer tipo de contato mesmo que seja visual com alguém que termina comigo usando esse argumento ridículo. Como um cara desses conquista alguém? Ele usa o “Você vem sempre aqui?”. Blér... =P

Quem afirma que isso não tem nada a ver e que dá sim pra ter maturidade e manter laços de amizade com ex-namorados é porque nunca foi sacaneado de verdade.

Já terminei relacionamentos numa boa sim. Por motivos diversos, como distância. Tentei manter a pseudo-amizade, mas não deu muito certo. O outro arranjou uma namorada que prefere que ele fale com o capeta a responder um scrap meu. Não a culpo. Tem que cuidar do que é dela mesmo.

Sem contar aqueles ex’s que acreditam ainda existir uma possibilidade de volta só porque você ainda conversa com ele e está solteira.

Meninos, façam o que fizer, dêem preferência em sair de um relacionamento como um filho da puta canalha do que assumir o estúpido papel de ex-namorado paranóico.

Demonstrar ciúme de ex e cobrar satisfações é apresentar completa ausência de amor-próprio. Evitem vexames.

Até pode sim existir um laço de pseudo-amizade entre duas pessoas que já namoraram. Afinal, é como diz um amigo meu: “Viro amigo de todas as minhas ex-namoradas unicamente porque preciso garantir os flash’s-back’s”. ¬¬’

Tem muito homem por aí para eu conhecer. Pra que ficar com ex? É o mesmo que andar pra trás. A fila anda e minha catraca é seletiva.

Um ou outro pode pular a catraca, mas isso não vem ao caso... u.u



Eu sei que algumas dezenas de pessoas vão vir falar comigo depois de ler esse texto dizendo que tem um ótimo relacionamento de amizade com seus antigos affair’s. Mas, a louca aqui nunca conseguiu manter um saudável pós-relacionamento com nenhum ex. Só tenho 21 anos, ainda está em tempo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

A arte do desamor - Revolution.

Não considero difícil exercer a arte do desamor com garotos que só leram livros que se tornaram filmes. Não encontro a menor dificuldade nisso. Eles são previsíveis, te fazem rir porque falam besteiras e fingem te ouvir. Como nós mulheres estamos sempre precisando de atenção e adoramos qualquer um que seja capaz de nos arrancar um sorriso, é claro que nos envolvemos com eles. Algumas até se apaixonam, mas nada que dure muito tempo. Pelo menos não com aquelas em que o tico e o teco não são solitários.

Sabe quando a arte do desamor se transforma em um total obstáculo insuperável? Quando você conhece um cara inteligente, engraçado, amante de Machado de Assis, fã dos versos de Álvares de Azevedo, ótimo escritor, gentil e (cuidado, essa é verdadeiramente surpreendente:)... BONITO!



Sim, sim, eu juro que um homem desses existe! E em Belém! E eu não só tive o prazer de conhecê-lo como já saímos algumas vezes juntos.

[breve pausa para suspiros]

Na verdade, é bem aí que todas as minhas teorias sobre como não se envolver amorosamente com alguém não se aplicam. Um cara desses está tão fora de padrão que eu juro não saber como lidar.

Ele abre a porta do carro, se veste bem e a cada sorriso que dá você não sabe direito aonde colocar as mãos. Se vão ao cinema, ele vai fazer comentários e comparações tão inteligentes que você nunca vai saber direito o que dizer. E de repente vai começar a falar sobre as causas da crise econômica mundial e você se arrependerá amargamente de ter levantado do sofá para ir ao banheiro na hora em que a Mirian Leitão ia explicar sobre o assunto na TV. Ele te faz se sentir burra. Mas não que ele queira fazer isso, o problema é que ele é inteligente demais. E quando você resolve ser sincera e tira alguma brincadeira sobre o quanto você se sente uma idiota quando ele começa a falar coisas assim, ele elogia seu cabelo, passa a mão no seu rosto e diz que você é a garota mais legal e linda que ele já conheceu.

[segunda breve pausa para suspiros]

Como você não consegue acompanhar o ritmo que ele dá a conversa, resolve atuar de outra forma. Passa a mão no cabelo, arruma o decote, cruza as pernas, tudo para que o foco do encontro volte a ser você. E de repente você está apelando para métodos femininos que tanto recriminou um dia.

Ele não é um cara para ficar e você não pode namorá-lo porque não o ama.

Bati a minha cabeça na parede 3 vezes me martirizando por não conseguir me apaixonar por um cara assim.

Fiquem tranqüilas meninas, existe uma sensação ainda pior do que essa. É aquela em que você percebe que aquele homem perfeito, de cabelo bonito, olhar sedutor e inteligente existe sim, mas que você não é merecedora dele.

E depois do sentimento de raiva de si mesma por desamar o cara perfeito e do ódio profundo por acreditar não merecê-lo, vem algo ainda pior: aquele carinha que sempre fica com você na balada, dança engraçado, tem cabelo legal e que jamais vai entender a sua boba piada de chamar um amigo traído de “Lobo Neves” te cutuca no MSN. “- E aí gata, qual a boa de hoje?”.

Daí você percebe que ele pode até não saber como usar a crase, mas o bom disso é que do lado dele você sempre se sentirá uma garota inteligente, bonita e atraente naturalmente. Sem grandes esforços.



Algumas pessoas me interpretam errado. Eu não estou cansada de homens. Adoro homens. Faço parte de um seleto grupo contemporâneo que apresentam um singular orgulho hetero. Estou cansada é de moleques, isso sim.

terça-feira, 9 de março de 2010

A arte do desamor - Reloaded*

Segundo o Tio Aurélio, arte é “1. Capacidade que tem o homem de, dominando a matéria, pôr em prática uma idéia [...] 3. Habilidade, engenho. 4. Maneira, modo [..]”. Logo, conceituo a “arte do desamor” a prática de obter relacionamentos sem ter envolvimento amoroso com algum deles. Sacou? Muita gente perguntou o porquê do título dos posts, então preferi explicar logo.

Eu fiquei muito feliz e surpresa com toda a repercussão que o blog teve com o último texto. A galera não comenta aqui, mas chove opiniões no twitter e no MSN.

Um ex-namorado meu leu e veio me perguntar se a frase “a cada dia tenho cada vez mais certeza que nunca vou amar alguém... De novo” era pra ele. Ficou puto quando eu disse que não era. “Você disse que me amava!!!”. E amei. “Mentiraaa... Eu só fui mais um pra você!!!”. Não foi não, mas eu amei ainda mais outra pessoa. Dá licença? “Você me fez acreditar que eu era o amor da sua vida como você é pra mim!”. Eu disse isso? “Não, mas demonstrou pelo modo como me trata até hoje!” Meu bem, a gente acredita no que quer acreditar e não se deve culpar alguém por isso. Se o fato deu ainda falar com você e te tratar bem te faz acreditar que eu ainda te amo, me desculpe, deixo de falar então se fôr o caso. Não te amo e nós não vamos voltar, o que verdadeiramente é uma pena porque queria mesmo gostar de você de novo e ficar só com você, minha vida afetiva seria bem menos turbulenta. “Queria mesmo voltar a gostar de mim? E por que nunca me disse isso antes?” Vai mudar alguma coisa? Não. Então pronto.

Pior do que discutir relação é discutir pós-relação. Cacete.

Eu ando muito insensível e cansada demais de algumas situações e pensamentos típicos da raça humana. Vou morar no alto de uma montanha, numa cabana, e viver sozinha. Com TV a cabo, é claro.

Eu só queria deixar claro que não quis ofender alguém com o que escrevi. Eu não escrevo para atingir alguém. Escrevo porque quero e porque me sinto bem com o feito, só isso.

Mas, se você é um filho da mãe que sacaneia com mulheres legais, bonitas e inteligentes se sinta ofendido sim porque você é um miserável e eu desejo de toda alma que você fique 10 anos sem sexo.

Ê.

Mas hein, sexo é um bom assunto para se tratar quando se fala de desamor, né não? Estou muito longe de ser uma PHd no assunto, mas pro que vou dizer, não precisa ser nem especialista.

Sexo é só sexo. Ponto. O fato de sexo ser melhor quando se tem amor não é discutível, belê? Mas que é só sexo, isso é.

Transar por transar é bem mais difícil para as mulheres. Não que não tenhamos os mesmos desejos físicos/biológicos/hormonais que os homens têm. Eu falo do contexto social da coisa. Ó só... Se uma mulher conhece um carinha, curte, ficam, ele quer transar, mas não quer compromisso, nem ela. Tudo certo então? Tudo errado. Se a garota transar com ele pode acontecer 3 coisas: ele sumir depois e ela nunca mais terá aquela companhia legal nas baladas da vida; ele espalhar pra todo mundo que transou com ela e ela ficar mal falada; ou então ele gostar, se apaixonar e querer namorar (coisa que ela não quer).

Se a mulher não transar é tachada de cu-doce. (Tô falando muito palavrão aqui, credo... Sinto nojo de mim mesma por isso já =P). Tá vendo como não é tão simples?

Por isso que o desamor é uma arte, rapá.

Só quero terminar deixando – como de praxe - outro recado para os “homens” (apenas no sentido biológico do termo, claro) de plantão: pensem duas vezes antes de espalhar por aí que dormiu com aquela garota, pois ela pode se vingar espalhando pra todo mundo que seu pinto é pequeno. O que a propósito é o que eu faria.... Rá! =D

Ah, e mantenham distância de garotas que possuem mais de dois neurônios. Elas são chatas, exigentes e mais inteligentes do que você. Vão sempre dar um jeito de fazer você se sentir um grande merda.

Principalmente quando vão ao shopping e compram um scarpin. Eu, por exemplo, estou toda arrogante. Não falem comigo... hehehehe






*O título do post foi sugerido pelo meu grande amigo Thiago Costa, que ainda deixou claro esperar uma trilogia. =]

domingo, 7 de março de 2010

A arte do desamor.

Não há nada demais em não conseguir amar alguém. Amar alguém, de verdade mesmo, sacas? Não falo de amizade, amor fraterno, materno ou paterno. Falo de amar de verdade alguém e querer ficar com esse alguém e só com esse alguém por um tempo.

Não vejo nada demais nisso. Eu, por exemplo, a cada dia tenho cada vez mais certeza que nunca vou amar alguém... De novo. É... Depoimento digno de final de “viver a vida”, como diria minha amiga Elis. Bora lá falar besteira e meter a cara à tapa. Adoro ver todo mundo discordando de mim.

Eu não tenho mais condições psicológicas para entender a mente do ser humano. Isso é um ponto contra mim, eu sei. O problema nem está aí na verdade, está no fato de eu ter sim encontrado o cara no cavalo branco e não ter dado certo por circunstâncias dessa vida infame. E, por saber que homem igual ou melhor do que aquele não há, tenho me contentado com cada porc... Oi. Sem ofender... Mas se o cara tem um sorriso legal e bom gosto musical parece que já me basta... Sei lá. O fato é que estou ficando cada vez menos exigente. E isso sim é um grande problema. Principalmente quando escuto a clássica frase: “Tu merecias coisa melhor, Agá... Caralho...”. Pior é que eu sei. Pior mesmo é que eles sabem...

Enfim, o texto nem é pra falar disso. É que eu só queria dizer que vivo e compartilho dos mesmos sentimentos de muito filho da puta galinha que tem por aí. E nem por isso sacaneio com os outros. Vocês estão entendendo? Tipo, não querer namorar te impede de construir uma amizade verdadeira com uma garota que fica com você? Eu acho que não. Aliás, achava.

O cara não te promete nada e joga limpo desde o inicio. Você nunca cobra nada. Nunca mesmo. O dia que ele pisa na bola como amigo você faz vista grossa. Mas depois de tantas repetições você se emputece, chuta o balde num súbito desespero de querer gritar: “Tu não é meu amigo? Não posso contar contigo? Então não me faça pensar o contrário, porra!”. Eu não sei vocês, mas se alguém me faz acreditar que eu posso contar com ele, eu quero poder contar.

Odeio gente que se contradiz, que não cumpre com o que fala. Então, só digo uma coisa a todos os meninos que por ventura ou curiosidade leiam esse texto ridículo que escrevi num crítico momento de raiva: Não amar alguém não é desculpa pra ser moleque. Sejam homens de verdade, caralho.

Fui.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Sugestão de pauta

Me chamem de chorona, classifiquem a minha história como normal, afinal eu – infelizmente - não sou a única vítima da violência urbana de nossa cidade (sim, vou falar de Belém e que não me apareçam os óbvios dizendo que o problema faz parte de qualquer grande metrópole, porque disso eu já sei). Não me importo nem um pouco.

Moro no Guamá desde que nasci. Sempre defendi o bairro com unhas e dentes de acusações injustas de pessoas que não o conhecem e ousam falar algo referente aos assaltos ou furtos ocorrentes lá. Passei mais de 20 anos vivendo na rua 25 de junho nº 171A entre a Epitácio Pessoa e a Passagem Popular – meu atual endereço - sem que qualquer registro de tentativa de assalto tenha ocorrido comigo ou com um de meus familiares e amigos. De seis meses para cá, no entanto, esse índice mudou. E como nada nesse país melhora, obviamente que minha família e eu não continuamos mais invictos.

De agosto de 2009 até esta presente data, TODOS NÓS – eu, minha mãe, meu irmão, meu pai e meu primo – fomos assaltados. Tenho o Boletim de Ocorrência de cada um desses delitos para comprovar. Eu lidero o ranking da família com 2 assaltos em 4 meses. Todos os crimes foram cometidos a menos de 50 metros de nossa residência. E eu nem estou citando os vizinhos.

Poupar-lhes-ei de narrar o prejuízo financeiro e material dos incidentes, me concentro apenas em descrever o quanto tais ocorridos estão influenciando a vida de minha família a partir de agora: vamos vender a nossa casa – único patrimônio da nossa família, adquirido com o trabalho do meu pai, nordestino e analfabeto – e tentar adquirir um outro imóvel – o que está sendo muito difícil de ser feito já que meus pais são autônomos e não conseguimos comprovar renda. Vendemos o carro da família para que tivéssemos dinheiro em caixa para facilitar o financiamento que mesmo assim ainda não saiu, não recebemos mais amigos em casa e não comemoramos mais aniversários, meu pai parou de trabalhar para que tivesse tempo disponível de ir buscar de moto cada membro da família na escola ou trabalho e estamos vivendo unicamente com a renda do trabalho de minha mãe.

Em suma, agora nó vivemos PIOR unicamente porque as autoridades responsáveis não tomam NENHUMA providência efetiva e imediata. Não falo apenas de polícia nas ruas, falo de justiça mesmo. Dane-se os direitos humanos se, na prática, eles não defendem os interesses de um cidadão de bem.

Que cidade é essa onde uma pessoa desempregada que comprar um celular de 130 reais e parcela em 10 vezes no cartão de crédito é assaltada? Donos de banco, empresários e joalherias deveriam ter medo de serem assaltados, não eu.

Não escrevo esta carta para exigir medidas governamentais ou novas políticas públicas. Sem receio algum de parecer exagerada, eu lhes escrevo unicamente para IMPLORAR que algo seja feito! Se não para salvar o mundo, para amenizar o problema de ruas como a em que vivo.

Tenho muito medo do que possa vir a acontecer com minha família caso não consigamos “fugir” do problema. Em um dos assaltos meu pai correu atrás do ladrão que depois atirou. Revoltados, os vizinhos acionaram a melícia do bairro. É uma guerra, com armas e vítimas.

Não espere que situações semelhantes – ou até piores do que esta – aconteçam com você. Denuncie, discuta e, principalmente aos amigos jornalistas aos quais envio o e-mail– DIVULGUEM! Enquanto o seu filho não puder brincar na rua, enquanto mulheres continuarem escondendo os aparelhos celulares em partes intimas do corpo, esse assunto não pode NUNCA deixar de ser pautado pelos veículos de comunicação de algum respaldo.

No mais, evitem que eu – enlouquecida como estou – encha sua caixa de entrada com um desabafo desesperado.

Atenciosamente,
Helaine Cavalcante.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Charles saiu e ninguém viu.

Estou vendo pouquíssimos comentários sobre a saída do Charles Gavin dos Titãs. Então, aqui vou eu falar do assunto como jornalista recém-formada inxirida e tiete que sou. =)



Eu gosto de titãs e acredito que a grande maioria das pessoas também goste. Afirmar isso não quer dizer que se goste do novo CD. “Sacos plásticos” é um disco tão besta quanto o nome. No entanto, o meu sentimento pela banda é por todo o trabalho desses mais de 20 anos e tals. Começaram como uma boy band no programa do Bolinha e de repente ajudaram a construir a história do rock no Brasil.

Esse post nem é pra falar de música. Nem me sinto qualificada para fazer críticas musicais. Eu só achei estranho não ter ouvido ninguém lamentar a saída do Charles da banda.

Como quase tudo que fico sabendo agora, tomei conhecimento do ocorrido pelo twitter. O próprio twitter da banda divulgou na última sexta-feira dia 12 a saída do Charles e o nome do substituto, sem dar maiores informações. De cara, achei estranhão ninguém ter retwittado. Começo a crer que Charles não era tão querido pelo público brasileiro assim. Ou pior, não era tão notado.

No final desse post tem um comunicado bonito que o Charles publicou lamentando a saída da banda e dando a entender que não teve brigas, desejando sorte aos titãs e blá blá blá.

Eu ainda era pirralha, mas lembro que quando o Nando e o Arnaldo saíram da banda foi mó zum-zum-zum. Charles não era compositor e nem cantor, mas é um excelente músico e digo - com certeza - que era o carisma dos Titãs.

A galera que está correndo atrás do trio elétrico ainda não tomou conhecimento da saída de mais um titã. I bet. Mas também, duvido muito que eles se importem.

"Amigas e companheiras de estrada:

Como sabem, meu afastamento dos Titãs foi divulgado nesta sexta, 12 de fevereiro de 2010, e, consequentemente, oficializado. A primeira coisa que digo é: não se preocupem com a banda - um excelente baterista já foi colocado em meu posto, indicação de meu irmão Cesar - o que torna este momento de ruptura, menos triste, menos doloroso e mais dinâmico. Tenho certeza de que os Titãs viverão sua nova fase de forma criativa e positiva. Os shows serão incríveis como sempre foram...

Gostaria de expressar aqui o meu eterno agradecimento por todos estes anos em que vocês nos fizeram companhia trazendo sempre na bagagem apoio, admiração, alegria, carinho, inspiração e alto astral. Obrigado mesmo, de coração.

Meu afastamento se deve a um esgotamento físico e mental, provocado pelo que acontece quando uma banda como os Titãs alterna, ano após ano, álbuns e turnês - condição muito bem retratada na música Turnê, do disco Domingo.

Apesar de saber que a essência de uma banda de rock’n’roll é estar na estrada, como diz a canção do disco Sacos Plásticos, percebi que não estava feliz - são as contradições da vida...

Meu afastamento é amigável, transparente, realizado sem ressentimentos ou mágoas, acertado da melhor maneira possivel, respeitando história, amizade e as individualidades dos Titãs.

Nós estamos bem...
Peço à vocês que levem esta mensagem aos outros fãs da banda.
E a gente vai se falando...
Beijos,
Charles Gavin"

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O início de tudo só começa agora.



Me formei. Usei aquela beca ridícula, ganhei um canudo vazio, fiz escova, usei salto alto, enchi o cabelo de gel e dancei valsa no meio de um salão enorme, cercada de fotógrafos. Tirando toda essa parte careta – que eu continuo odiando e acreditando serem males necessários por fazerem parte de uma tradição comemorativa importante – confesso que não curti muito a festa. “Curtir” no sentido de “aproveitar” mesmo.

Sim, estava tudo bem bonito. Perfeito. Todos os meus amigos lá, sorridentes. Meus pais orgulhosos. Meu padrinho? Bicho, ele mal conseguia parar de chorar. Me recebeu na porta da festa. Ali, de pé, com um lindo terno alugado segurando um exuberante buquê de rosas vermelhas que ainda estão vivas perfumando meu quarto, mesmo 48 horas depois de entregues.

E a minha turma então... Durante esses quatro longos anos que enfrentamos juntos, não seria exagero algum de minha parte garantir que 90 por cento desse tempo foi composto de sorrisos verdadeiros, pulos e um imensurável sentimento de alegria diário. Talvez por isso, durante todo o baile, eu não conseguia acreditar como todos estavam tão felizes de um jeito que jamais havia visto antes, mesmo durante esses quatro anos.

Assisti o Thiago dançando “marchinhas de carnaval” no meio do salão. Esfreguei os olhos duas vezes.

Em meio a todas as lágrimas e todos os sorrisos, me indagava quando os veria de novo e imaginava o quão seria difícil, daqui pra frente, acordar de manhã e não ter mais a certeza de encontrá-los novamente. Questionei a mim mesma como seria a vida a partir daquela noite.

A sensação de concluir a faculdade é com toda certeza muito melhor do que aquela que se sente ao ser aprovada num vestibular tão concorrido como o que fiz. Há no entanto uma discreta linha que diferencia muito sutilmente as duas sensações obtidas em momentos tão diferentes: a incerteza. Quando se comemora uma aprovação no vestibular, se tem a certeza de que nos próximos anos, seu futuro será a universidade. Mesmo que por algum motivo não venha a ser. Quando se conclui a universidade, não se tem a certeza de quase nada. Ficamos desempregados e com sorte ou Q.I. conseguiremos um emprego que pague mal, mas que “é melhor do que nada”. O salário inicial (sim, é melhor crer que seja só no começo) que vão nos oferecer não vai realizar todos os nossos sonhos materiais. Especificamente no meu caso, a realidade do mercado de trabalho contemporâneo da cidade em que vivo não vai me fazer feliz do jeito que eu planejo e muito menos do jeito que todos que me abraçaram e comemoraram comigo a conquista do diploma me desejaram.

A luta continua. Na realidade, acredito que ela só começa agora.

Obrigada turma de 2006 por me deixarem fazer parte da vida de vocês durante esses quatro anos. Ser amiga e colega de classe de cada um de vocês foi uma honra. Sentirei saudades, meus amores.