quinta-feira, 25 de março de 2010

Depois passa. Ou piora.

Na maior parte do tempo, um praticante do desamor aproveita todas as vantagens de se ser solteiro e se delicia com o doce sabor da solidão.

Pode-se sair quando quiser e para onde quiser. É perfeito para uma mulher não ter ninguém para reclamar dos seus atrasos para se arrumar. E nas quartas-feiras a noite e aos domingos a tarde, você não é trocada pelo futebol.

Nos fins de semana, enquanto todos os seus amigos estão ocupados com seus respectivos cônjuges, você pode ler os livros que quiser, assistir duas ou três temporadas de sua série preferida e sair para beber e dançar a noite inteira com semi-desconhecidos. Coisas que sim, você pode continuar fazendo mesmo com outro estado civil, mas que são ainda mais belas e prazerosas de serem feitas individualmente.

Existe um lado muito bonito na solidão que poucos são os seres humanos que conseguem enxergar. Ele fica ali no inconsciente da solteirice e é despertado quase que todo o tempo.

Dia dos namorados? Uma dívida a menos. Costela? Menos baba no meu travesseiro.

No entanto, quando se está sem emprego, passando as tardes em uma casa enorme, sentindo falta de amigos que moram em outros estados, sem livros novos para ler... Bem, aí a solidão perde toda a sua beleza.

Não se tem internet para passar o tempo conversando besteiras com amigos virtuais ou escrevendo devaneios em um blog qualquer.

Se tenta ver um filme. Romance? Nem pensar, só vou me lembrar do quão sozinha estou. Suspense? Horror? Comédia? Não tem graça rir ou se assustar sozinha. Já sei, ação! Mas... er... Não seria mesmo legal namorar um cara como o Denzel Washington ou o Van Diesil?

Quando você realmente acha que não pode ficar pior, começa a chover.

Duvido muito que algum solteiro, até o que levanta a bandeira do desamor com mais veemência, seja capaz de não sentir falta de ter alguém nos dias chuvosos.

A desgraça não é a violência, não é a fome e nem a doença. Não é a miséria ou o desprezo. A verdadeira desgraça de um homem se chama solidão.

Eu cresci ouvindo minha mãe dizer que eu só poderia namorar após completar 25 anos. Enquanto meu pai e meu padrinho concordavam que eu jamais poderia namorar porque homem nenhum estaria aos pés da princesinha deles.

Quando tinha 15 anos comecei a namorar escondido e minha mãe me chamou para um conversa séria: “Você pode ter o homem que quiser, não me importo. Pode ter quantos homens quiser ter, também não me importo. Você é jovem e tem mesmo é que aproveitar. Dance, beba, grite. Não ligo. Só te peço uma coisa: não namore. Homem é bom, mas é um atraso de vida”.



Ela nem está totalmente errada. Mas também está bem longe de estar certa.

Quando essa deprê toda passar, juro que volto a falar de coisas legais.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Ex bom é ex morto.

Antes de qualquer coisa, quero deixar claro aos meus ex-namorados que eu não desejo a morte de nenhum deles. Continuar sendo esse ser medíocre eternamente e viver sem mim ao seu lado, já é castigo suficiente.

Juro que acho quase que completamente impossível conseguir levar uma relação de amizade com um ex. Juro. Isso se deve ao simples fato de que eles são ex’s! Ex é ex e pronto, me diz por que ter alguma coisa com eles ainda?

Antes que você me atire essa pedra grande e pesada que está nas suas mãos, termine de ler o post, por favor. E se mesmo assim quiser me acertar, aproveite uma roda punk do show do Johny e me bata à vontade. Ali você terá a oportunidade de descontar sua raiva em mim e eu nem irei reclamar.

Você conhece um cara e se apaixonam. Ficam e depois começam a namorar. Depois de um certo tempo (muito ou pouco tempo), o relacionamento acaba. Até aí tudo normal. Por gentileza, me expliquem como se pode continuar um relacionamento que deve ter acabado por uma das razões abaixo:

a) Um dos dois se apaixonou por outra pessoa: o outro se sentirá traído por mais que a traição não tenha se efetivado. Extremamente magoado, se topar assumir uma amizade pós-relacionamento, será no mínimo baseado na hipocrisia e falta de confiança. Então, pra que fingir?

b) Traição: preciso dizer que a menos que a pessoa traída tenha sangue de barata, ela não vai querer nem ao menos olhar na cara do ser humano, imagina só ser amigo? Preciso?



c) Desgaste: Se o relacionamento caiu na rotina, acredito mesmo que pode terminar numa boa. Mas eu acho que manter uma amizade depois disso é só garantir um “stand by”.

d) Um dos dois deixou de amar o outro: Nem precisa ter se apaixonado por outra pessoa. É só ter deixado de amar mesmo. Mas é quase impossível o outro ter deixado de amar também. Então de qualquer forma, um dos lados sempre vai se sentir traído.

e) “Não é você, sou eu”: Eu me recuso a manter qualquer tipo de contato mesmo que seja visual com alguém que termina comigo usando esse argumento ridículo. Como um cara desses conquista alguém? Ele usa o “Você vem sempre aqui?”. Blér... =P

Quem afirma que isso não tem nada a ver e que dá sim pra ter maturidade e manter laços de amizade com ex-namorados é porque nunca foi sacaneado de verdade.

Já terminei relacionamentos numa boa sim. Por motivos diversos, como distância. Tentei manter a pseudo-amizade, mas não deu muito certo. O outro arranjou uma namorada que prefere que ele fale com o capeta a responder um scrap meu. Não a culpo. Tem que cuidar do que é dela mesmo.

Sem contar aqueles ex’s que acreditam ainda existir uma possibilidade de volta só porque você ainda conversa com ele e está solteira.

Meninos, façam o que fizer, dêem preferência em sair de um relacionamento como um filho da puta canalha do que assumir o estúpido papel de ex-namorado paranóico.

Demonstrar ciúme de ex e cobrar satisfações é apresentar completa ausência de amor-próprio. Evitem vexames.

Até pode sim existir um laço de pseudo-amizade entre duas pessoas que já namoraram. Afinal, é como diz um amigo meu: “Viro amigo de todas as minhas ex-namoradas unicamente porque preciso garantir os flash’s-back’s”. ¬¬’

Tem muito homem por aí para eu conhecer. Pra que ficar com ex? É o mesmo que andar pra trás. A fila anda e minha catraca é seletiva.

Um ou outro pode pular a catraca, mas isso não vem ao caso... u.u



Eu sei que algumas dezenas de pessoas vão vir falar comigo depois de ler esse texto dizendo que tem um ótimo relacionamento de amizade com seus antigos affair’s. Mas, a louca aqui nunca conseguiu manter um saudável pós-relacionamento com nenhum ex. Só tenho 21 anos, ainda está em tempo.

sexta-feira, 12 de março de 2010

A arte do desamor - Revolution.

Não considero difícil exercer a arte do desamor com garotos que só leram livros que se tornaram filmes. Não encontro a menor dificuldade nisso. Eles são previsíveis, te fazem rir porque falam besteiras e fingem te ouvir. Como nós mulheres estamos sempre precisando de atenção e adoramos qualquer um que seja capaz de nos arrancar um sorriso, é claro que nos envolvemos com eles. Algumas até se apaixonam, mas nada que dure muito tempo. Pelo menos não com aquelas em que o tico e o teco não são solitários.

Sabe quando a arte do desamor se transforma em um total obstáculo insuperável? Quando você conhece um cara inteligente, engraçado, amante de Machado de Assis, fã dos versos de Álvares de Azevedo, ótimo escritor, gentil e (cuidado, essa é verdadeiramente surpreendente:)... BONITO!



Sim, sim, eu juro que um homem desses existe! E em Belém! E eu não só tive o prazer de conhecê-lo como já saímos algumas vezes juntos.

[breve pausa para suspiros]

Na verdade, é bem aí que todas as minhas teorias sobre como não se envolver amorosamente com alguém não se aplicam. Um cara desses está tão fora de padrão que eu juro não saber como lidar.

Ele abre a porta do carro, se veste bem e a cada sorriso que dá você não sabe direito aonde colocar as mãos. Se vão ao cinema, ele vai fazer comentários e comparações tão inteligentes que você nunca vai saber direito o que dizer. E de repente vai começar a falar sobre as causas da crise econômica mundial e você se arrependerá amargamente de ter levantado do sofá para ir ao banheiro na hora em que a Mirian Leitão ia explicar sobre o assunto na TV. Ele te faz se sentir burra. Mas não que ele queira fazer isso, o problema é que ele é inteligente demais. E quando você resolve ser sincera e tira alguma brincadeira sobre o quanto você se sente uma idiota quando ele começa a falar coisas assim, ele elogia seu cabelo, passa a mão no seu rosto e diz que você é a garota mais legal e linda que ele já conheceu.

[segunda breve pausa para suspiros]

Como você não consegue acompanhar o ritmo que ele dá a conversa, resolve atuar de outra forma. Passa a mão no cabelo, arruma o decote, cruza as pernas, tudo para que o foco do encontro volte a ser você. E de repente você está apelando para métodos femininos que tanto recriminou um dia.

Ele não é um cara para ficar e você não pode namorá-lo porque não o ama.

Bati a minha cabeça na parede 3 vezes me martirizando por não conseguir me apaixonar por um cara assim.

Fiquem tranqüilas meninas, existe uma sensação ainda pior do que essa. É aquela em que você percebe que aquele homem perfeito, de cabelo bonito, olhar sedutor e inteligente existe sim, mas que você não é merecedora dele.

E depois do sentimento de raiva de si mesma por desamar o cara perfeito e do ódio profundo por acreditar não merecê-lo, vem algo ainda pior: aquele carinha que sempre fica com você na balada, dança engraçado, tem cabelo legal e que jamais vai entender a sua boba piada de chamar um amigo traído de “Lobo Neves” te cutuca no MSN. “- E aí gata, qual a boa de hoje?”.

Daí você percebe que ele pode até não saber como usar a crase, mas o bom disso é que do lado dele você sempre se sentirá uma garota inteligente, bonita e atraente naturalmente. Sem grandes esforços.



Algumas pessoas me interpretam errado. Eu não estou cansada de homens. Adoro homens. Faço parte de um seleto grupo contemporâneo que apresentam um singular orgulho hetero. Estou cansada é de moleques, isso sim.

terça-feira, 9 de março de 2010

A arte do desamor - Reloaded*

Segundo o Tio Aurélio, arte é “1. Capacidade que tem o homem de, dominando a matéria, pôr em prática uma idéia [...] 3. Habilidade, engenho. 4. Maneira, modo [..]”. Logo, conceituo a “arte do desamor” a prática de obter relacionamentos sem ter envolvimento amoroso com algum deles. Sacou? Muita gente perguntou o porquê do título dos posts, então preferi explicar logo.

Eu fiquei muito feliz e surpresa com toda a repercussão que o blog teve com o último texto. A galera não comenta aqui, mas chove opiniões no twitter e no MSN.

Um ex-namorado meu leu e veio me perguntar se a frase “a cada dia tenho cada vez mais certeza que nunca vou amar alguém... De novo” era pra ele. Ficou puto quando eu disse que não era. “Você disse que me amava!!!”. E amei. “Mentiraaa... Eu só fui mais um pra você!!!”. Não foi não, mas eu amei ainda mais outra pessoa. Dá licença? “Você me fez acreditar que eu era o amor da sua vida como você é pra mim!”. Eu disse isso? “Não, mas demonstrou pelo modo como me trata até hoje!” Meu bem, a gente acredita no que quer acreditar e não se deve culpar alguém por isso. Se o fato deu ainda falar com você e te tratar bem te faz acreditar que eu ainda te amo, me desculpe, deixo de falar então se fôr o caso. Não te amo e nós não vamos voltar, o que verdadeiramente é uma pena porque queria mesmo gostar de você de novo e ficar só com você, minha vida afetiva seria bem menos turbulenta. “Queria mesmo voltar a gostar de mim? E por que nunca me disse isso antes?” Vai mudar alguma coisa? Não. Então pronto.

Pior do que discutir relação é discutir pós-relação. Cacete.

Eu ando muito insensível e cansada demais de algumas situações e pensamentos típicos da raça humana. Vou morar no alto de uma montanha, numa cabana, e viver sozinha. Com TV a cabo, é claro.

Eu só queria deixar claro que não quis ofender alguém com o que escrevi. Eu não escrevo para atingir alguém. Escrevo porque quero e porque me sinto bem com o feito, só isso.

Mas, se você é um filho da mãe que sacaneia com mulheres legais, bonitas e inteligentes se sinta ofendido sim porque você é um miserável e eu desejo de toda alma que você fique 10 anos sem sexo.

Ê.

Mas hein, sexo é um bom assunto para se tratar quando se fala de desamor, né não? Estou muito longe de ser uma PHd no assunto, mas pro que vou dizer, não precisa ser nem especialista.

Sexo é só sexo. Ponto. O fato de sexo ser melhor quando se tem amor não é discutível, belê? Mas que é só sexo, isso é.

Transar por transar é bem mais difícil para as mulheres. Não que não tenhamos os mesmos desejos físicos/biológicos/hormonais que os homens têm. Eu falo do contexto social da coisa. Ó só... Se uma mulher conhece um carinha, curte, ficam, ele quer transar, mas não quer compromisso, nem ela. Tudo certo então? Tudo errado. Se a garota transar com ele pode acontecer 3 coisas: ele sumir depois e ela nunca mais terá aquela companhia legal nas baladas da vida; ele espalhar pra todo mundo que transou com ela e ela ficar mal falada; ou então ele gostar, se apaixonar e querer namorar (coisa que ela não quer).

Se a mulher não transar é tachada de cu-doce. (Tô falando muito palavrão aqui, credo... Sinto nojo de mim mesma por isso já =P). Tá vendo como não é tão simples?

Por isso que o desamor é uma arte, rapá.

Só quero terminar deixando – como de praxe - outro recado para os “homens” (apenas no sentido biológico do termo, claro) de plantão: pensem duas vezes antes de espalhar por aí que dormiu com aquela garota, pois ela pode se vingar espalhando pra todo mundo que seu pinto é pequeno. O que a propósito é o que eu faria.... Rá! =D

Ah, e mantenham distância de garotas que possuem mais de dois neurônios. Elas são chatas, exigentes e mais inteligentes do que você. Vão sempre dar um jeito de fazer você se sentir um grande merda.

Principalmente quando vão ao shopping e compram um scarpin. Eu, por exemplo, estou toda arrogante. Não falem comigo... hehehehe






*O título do post foi sugerido pelo meu grande amigo Thiago Costa, que ainda deixou claro esperar uma trilogia. =]

domingo, 7 de março de 2010

A arte do desamor.

Não há nada demais em não conseguir amar alguém. Amar alguém, de verdade mesmo, sacas? Não falo de amizade, amor fraterno, materno ou paterno. Falo de amar de verdade alguém e querer ficar com esse alguém e só com esse alguém por um tempo.

Não vejo nada demais nisso. Eu, por exemplo, a cada dia tenho cada vez mais certeza que nunca vou amar alguém... De novo. É... Depoimento digno de final de “viver a vida”, como diria minha amiga Elis. Bora lá falar besteira e meter a cara à tapa. Adoro ver todo mundo discordando de mim.

Eu não tenho mais condições psicológicas para entender a mente do ser humano. Isso é um ponto contra mim, eu sei. O problema nem está aí na verdade, está no fato de eu ter sim encontrado o cara no cavalo branco e não ter dado certo por circunstâncias dessa vida infame. E, por saber que homem igual ou melhor do que aquele não há, tenho me contentado com cada porc... Oi. Sem ofender... Mas se o cara tem um sorriso legal e bom gosto musical parece que já me basta... Sei lá. O fato é que estou ficando cada vez menos exigente. E isso sim é um grande problema. Principalmente quando escuto a clássica frase: “Tu merecias coisa melhor, Agá... Caralho...”. Pior é que eu sei. Pior mesmo é que eles sabem...

Enfim, o texto nem é pra falar disso. É que eu só queria dizer que vivo e compartilho dos mesmos sentimentos de muito filho da puta galinha que tem por aí. E nem por isso sacaneio com os outros. Vocês estão entendendo? Tipo, não querer namorar te impede de construir uma amizade verdadeira com uma garota que fica com você? Eu acho que não. Aliás, achava.

O cara não te promete nada e joga limpo desde o inicio. Você nunca cobra nada. Nunca mesmo. O dia que ele pisa na bola como amigo você faz vista grossa. Mas depois de tantas repetições você se emputece, chuta o balde num súbito desespero de querer gritar: “Tu não é meu amigo? Não posso contar contigo? Então não me faça pensar o contrário, porra!”. Eu não sei vocês, mas se alguém me faz acreditar que eu posso contar com ele, eu quero poder contar.

Odeio gente que se contradiz, que não cumpre com o que fala. Então, só digo uma coisa a todos os meninos que por ventura ou curiosidade leiam esse texto ridículo que escrevi num crítico momento de raiva: Não amar alguém não é desculpa pra ser moleque. Sejam homens de verdade, caralho.

Fui.