quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Por que mulheres inteligentes se apaixonam por pilantras?

Há um tempo, acompanhei a trilogia de um blog intitulada “Por que mulheres inteligentes se apaixonam por homens idiotas?”. Havia ali explicações verdadeiramente muito boas sobre o assunto, mas não todas. Pelo menos não pra mim.

Minhas reivindicações começam ainda mesmo no título. Eles não são idiotas, são pilantras. Idiotas não são bons de cama... São?

Mulheres inteligentes se apaixonam por pilantras por que eles têm um sorriso legal, sabem conversar e sabem como te fazer se sentir a mulher mais bonita do mundo. Isto por que quando estão com você tudo o que eles mais querem no mundo inteiro naquele momento é estar com você. Aproveitam qualquer oportunidade, por menor que seja, para tentar te roubar um beijo ou uma carícia. E quando você demora duas horas inteiras passando um hidrante de graviola que custou 69.90 na Natura, se maquiou com “O boticário”, calçou um sapato de 196 e um jeans de 230, ele repara. Do jeito dele “cafetão” de ser, mas repara. Porque afinal de contas ele não tira os olhos de você por um só segundo. Você não espera por nada além do que ele possa te oferecer porque, ora bolas, ele é um pilantra e você sabe que ele só quer sexo. E você também quer porque, ora bolas, ele é lindo e elogiou os seus sapatos. Não esperar nada em relação a ele é sempre a melhor parte. Você não vai se importar se ele não ligar no outro dia ou se nunca mais o vir, ou talvez até se importe, mas não o suficiente para sofrer. E o melhor de tudo é que o sexo vai ser muito bom e que ao lado dele você será sempre a pessoa mais especial da relação, a que foi cortejada e a que foi conquistada para que aquilo se concretizasse.



Só que mulheres inteligentes também se apaixonam por homens maravilhosos. Por que eles são atenciosos e você consegue conversar com eles sobre quase tudo. Até mesmo sobre você. Ele vai te ouvir falar dos seus problemas no trabalho, vai te esperar em casa com uma caixa de chocolates, mesmo ele odiando chocolates, só porque sabe que você os ama. Ele vai evitar te beijar quando saírem para jantar só por medo de tirar seu batom, porque sabe que você demorou muito para se arrumar. Ele vai fazer questão de tirar aquela foto cafona de namorados e publicar antes de você na web. Vai usar todos aqueles apelidos carinhosos e clichês que você achava brega e vai fazer você se derreter por isso. Vai te carregar no colo, te beijar em uma orla e fazer questão que você escolha o sabor da pizza. Ele vai fazer você sentir que ele é o cara certo, mesmo que não seja.



E mediante tudo isso, é claro que o sexo também será bom. Mas estará bem longe de ser um item essencial. Eu disse “essencial” e não “dispensável”, favor não confundir.

Existem muitas diferenças entre os caras pilantras e os caras maravilhosos, mas todas são originadas de um único fator: a diferença está entre o que cada um quer com você.

Os pilantras podem não serem sempre os caras errados, bem como os maravilhosos podem não serem sempre os certos. Mas a dor e a tristeza só ficarão na frustração da segunda possibilidade. Afinal, onde estava escrito que deveríamos nos casar com os príncipes encantados? Ou pior, onde estava escrito que você merecia um desses de presente? Os vilões também se casam e no fim até mesmo o Big se tornou um bom marido para a Carrie.

Só não se encha de esperança pelos caras errados. E nem se deprima se não der certo com um cara maravilhoso.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Fossas sépticas femininas.

E fiz o que qualquer mulher faria. Combinação perfeita de feriado, pijama, "Sex and the City", sorvete e angústias. A partir disso, tudo ficou bem menos inebriante.

Os casais andando de mãos dadas pareciam namorar unicamente para me provocar. As músicas melosas nas rádios eram prenúncios da solidão. E no trabalho, pela primeira vez odiei olhar para os enfeites decorativos da minha mesa.

Joplin nos fones de ouvido parece cantar minha dor “Didn’t I give you nearly everything that a woman possibily can?”.

Caso alguém ainda não tenha compreendido lá muito bem, estou descrevendo a típica “fossa” feminina.



Você deve saber do que se trata por que já deve ter passado por isso. Se não passou, você deve ser uma pessoa muito sortuda e feliz de uma maneira que eu jamais poderia conviver, por isso, não poderemos ser amigos.

É meio relativo dizer com o que e quando o período da fossa passa, mas a causa é sempre a mesma: “Você foi largada, amiga... Acorda pra vida!”. Não se torture muito tempo com isso não, pois a maioria dos caras não merece.

Eu não choro mais por homens. Tive uma única e verdadeira fossa na minha vida que me proporcionou olhos inchados por 16 dias, 8 noites mal dormidas, 1 semana me perguntando “por quê, por quê e por quê?”, 21 faltas em disciplinas da faculdade e uma conta enorme de telefone já que liguei para todos os amigos próximos narrando a minha desgraça. Aí eu te pergunto: valeu a pena? Cara nenhum vale isso, nem mesmo o melhor de todos, nem mesmo o príncipe encantado da Bela Adormecida, nem mesmo o Ashton Kutcher vale isso, baby.

O período fossolístico existe unicamente para que você lembre por tudo o que ele te fez passar e tenha um forte argumento para não voltar quando ele pedir.

Existe uma tática muito boa adotada por mulheres inteligentes, bonitas e bem-sucedidas que decidiram muito bem decidido não mais sofrer por amor. É sofrer homeopaticamente por amor.

Pelo menos uma vez por semana vista seu pior pijama, acompanhado de sua pior roupa íntima, devore uma barra de chocolate acompanhada de um pote de sorvete de creme assistindo a um filme romântico daqueles bem melosos. Faça isso sozinha e chore tudo o que fôr capaz de chorar.

Ao menos uma vez no mês, recorde de todos os pilantras que passaram pela sua vida e chore ouvindo Janis Joplin. Todo domingo a tarde – horário em que ninguém está fazendo algo que não possa ser interrompido – ligue para um amigo e conte a ele todas as suas aventuras e desventuras amorosas. Fale mal do seu ex e depois lave o cabelo, coloque sua melhor roupa e saía com as amigas.

Fazendo isso com essa frequência e/ou tendo um emprego legal e/ou tendo um plano de vida que não seja baseado no sexto sacramento da Igreja Católica, dificilmente você vai ficar na fossa se alguém te largar. E se chorar, chore de raiva. Raiva por ter sido capaz de gostar de alguém tão pior do que você. Afinal, depois de tudo só te restará uma grande certeza: ele nem era tudo aquilo... Era?