segunda-feira, 22 de novembro de 2010

“Não” é difícil de ouvir.


O post anterior resultou em alguns dos melhores comentários da história deste blog. A grande verdade é que seria muito simples se a vida fosse mesmo daquele jeito e que os homens/pessoas se dividissem entre bons e ruins e se houvesse um número limitado de regras que te levassem a enquadrar cada pessoa em uma das duas categorias e se a única coisa que você realmente tivesse que fazer era escolher com quem ficar. Não funciona assim. Mas, é engraçado pensar que sim.

Existem coisas que são difíceis de se ouvir. Desde as mais óbvias como um “não” quando se procura emprego, até as menos evidentes como ouvir de alguém cuja opinião verdadeiramente te importa que sim você se apaixonou por um idiota.

Para nós mulheres, em especial, “não” é uma das coisas que a grande maioria, ou pelo menos a parte que deve ser levada em conta, não está esperando ouvir.

Enquanto eles são adestrados para que no caso de se ouvir um “não” o seu papel de homem é insistir, desde pequena somos adestradas pela sociedade que somos nós quem temos o poder de decisão. A etiqueta nos ensina que é o homem quem pede a mulher em casamento e que cabe a ela definir se eles vão passar o resto da vida juntos ou não. Na contemporaneidade, a regra social de relacionamentos sem compromissos nos mostra que na grande maioria das vezes é o homem quem “deve chegar” na garota e que ela que define se “vai rolar”. Na verdade, no sexo também é assim. Se a mulher não quiser se torna estupro. Né?



Se você é bonita, inteligente, gostosa, sabe disso e fica afim de um cara e depois descobre que ele não quer ficar com você a coisa se complica... na sua cabeça. Isso porque é muito difícil acreditar que você não tenha algo que o atraia até porque você deve dispensar muitos caras melhores que ele toda semana. Por isso, se torna muito mais fácil xingá-lo, considerar a possibilidade dele ser brocha ou gay, ou até mesmo achar uma culpada. Sim, uma vagabunda que deu em cima dele antes de você e fez com que ele achasse que você era uma roubada. Maldita.

Existe também o “não” para término de um relacionamento. Esse é terrível e deixa traumas ainda maiores. Afinal, quando um homem não quer dizer o real motivo da separação ou se ele não te parece convincente, cabe a você imaginar. Se ele te dispensou, e como em Belém o número de mulheres solteiras é diretamente proporcional ao número de bandas ruins que vem surgindo no meio musical, com certeza ele tem outra. E se torna questão de honra para a maior parte das mulheres descobrir quem é ela, nem que seja para que jamais vocês se tornem amigas. Maldita.

O pior de todos os não’s que uma mulher pode ouvir é na cama. Afinal de contas, somos adestradas desde o nascimento para que sejamos nós quem implantemos os limites. Então... Como assim você não quer transar comigo?

Não tente entender a nossa lógica porque a grande verdade é que nós não a temos. Somos mulheres e temos coisas entrando e saindo da gente a todo instante. Em nosso lugar, vocês também seriam neurados.