terça-feira, 19 de novembro de 2013

Eu, a Carrie e o Blogspot não aceita mais parágrafos desde quando?

“Sabe, tem uma série que tem uma protagonista que me lembra você”. Qual? “Não é fisicamente, até porque não tem nada a ver... Mas algumas coisas da personalidade. É a Carrie do Sex and the City. Ela tem o seu jeito, pelo menos me lembrou você. Charmosa, inteligente, divertida...”. Não sei se era uma cantada do ex-melhor-amigo que agora, depois de umas merdas da vida, é só amigo, mas eu gostei da comparação. Amo a Carrie, amo “Sex and the city”. Aí como tenho o Box resolvi rever toda a 1ª temporada. Na verdade, eu não resolvi. Era isso ou ver a “Sessão da tarde”. Estou com dor de dente e não fui trabalhar. Queimei o arroz. A conversa que deu origem a comparação veio na semana retrasada. Mesma semana em que o caraqueeumaisgosteinosúltimostempos fez aniversário. A gente havia conversado em agosto (dois meses depois da briga fatídica e do nuncamaiseuqueroteversaidaminhacasa). Mas na verdade não foi uma conversa... Está confuso. Vou explicar de novo. A gente se conheceu na sétima série, estudávamos na mesma sala, mas mal nos falávamos. Por isso eu não lembrei dele quando ele me adicionou no Facebook ano passado. E lembrei menos ainda quando vi as fotos. Existia alguém bonito naquele colégio? Existia alguém tão bonito na minha sala e que eu nunca havia notado? Eu era lésbica? Não, os anos haviam feito muito bem a ele. Marcaram um encontro com toda a turma. Eu dei mole e ele não percebeu. Desisti. Passamos a conversar meses depois. Eu dei mole de novo e ele me chamou pra sair. Saímos e não nos beijamos. Igual a “regra do primeiro encontro” da Carrie. Igual. Continuamos nos vendo e nos falando, até o beijo se tornar o melhorprimeirobeijodomundo, até o cheiro se tornar o melhorcheiodomundo, até o abraço rodopiado na beira do rio se tornar omelhorabraçodomundo e, meses depois, até o sexo se tornar osexomaisgostosodomundo. Mas eu sou a Carrie. Neurótica. E estraguei tudo. Ele não ajudou, é fato. Mas eu estraguei tudo. Eusempreestragotudo. Porque eu me apaixono. Porque eu sou a Carrie. A Carrie foi capaz de mandar o amor da vida dela embora porque ele não quis apresentá-la para a mãe. Porque ela pediu pra ele dizer que ela era a mulher da vida dele e ele não disse. Porque ela queria um grande amor e ele não queria. Eu mandei ele embora da minha casa e da minha vida em junho. Estávamos juntos há meses (1 ano se contarmos com as idas e vindas) porque ele nunca disse que eu era a mulher certa, porque ele nunca me apresentou para a mãe e porque ele não queria viver o meu romance. Aí em agosto, eu estava na aula, celular no silencioso, quando tiro da bolsa pra ver a hora e percebo que ele ligou. Duas vezes. “Professora, eu posso ir ao banheiro?”. Estava nervosa. Liguei pra Lari. Ele ligou duas vezes. Não pode ter sido engano, foram duas vezes. “Cara, liga e pergunta o que foi, certo?”. Eu ligar? Eu mal conseguia me segurar em pé, como eu ia ligar? Mandei SMS. Não respondeu. Duas semanas depois mandei mensagem no Wpp. “Não me liga mais, eu quero te esquecer”. O tipo de coisa que eu só diria numa mensagem, porque jamais conseguiria dizer em voz alta. Aí veio o aniversário dele. Eu deixei uma mensagem inbox. Ele agradeceu não só a mensagem, mas disse que eu havia sido alguém muito importante. Eu queria que ele tivesse agradecido só a mensagem. Eu não queria TER SIDO alguém importante na vida dele. Eu queria SER. Neuróticatipoacarrie. Aí na mesma semana que sou comparada com a Carrie pelo amigo, eu recebo uma mensagem inbox e algumas ligações com algumas perguntas: “O que eu fazia de errado? Qual a forma que eu te tratava que mais te incomodava? O que eu fazia que mais te magoava?”. Respondi alguns dias depois, inbox. Ele nunca respondeu, o que tornou tudo ainda pior, pois quer dizer que eu tenho razão. Eu não queria ter razão. Eu queria ter ele. Queria ter de volta omelhorbeijodomundo, omelhorabraçodomundo, o melhorcheirodomundo, omelhorsexodomundo. Hunf.
Carrie questionou Mr. Big. Ela queria ouvir que ele a amava, que ela era a mulher certa. Ele respondeu que tudo tinha seu tempo e que a hora certa chegaria, que ela precisava ter fé. Carrie terminou tudo com ele no final da 1ª temporada: “Quando ele foi embora, eu chorei por uma semana. Então eu percebi que eu sou uma pessoa de fé. Que eu tenho fé em mim. Que eu sei que um dia encontrarei alguém que terá a certeza que eu sou a mulher certa.” Eu sou como a Carrie, só que sem uma coluna no New York times, sem fé e sem tantas certezas.